(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 22 de janeiro de 2025)
Sempre é bom tomar cuidado, quando se fala hoje em dia de Donald Trump e de outros indivíduos que pensam mais ou menos como ele — sobretudo se vêm adquirindo o péssimo hábito de ganhar eleições livres.
O ministro Alexandre de Moraes, o advogado-geral da União e o PGR, no mínimo, vão estar de gravador ligado para verificar, com o auxílio das agências de checagem, se você ficou dentro dos paradigmas exigidos hoje para ser considerado um homem justo e temente às instituições democráticas.
É obrigatório, sempre, dizer que eles são a pior ameaça que a humanidade já enfrentou em toda a sua passagem pela Terra.
Não pense, mais do que tudo, em fazer perguntas. Se Trump ganhou as eleições norte-americanas, e se as eleições norte-americanas não têm nada a ver com a fraude que são eleições na Venezuela, por exemplo, não se poderia pensar, só pensar, que a maioria da população quis que ele fosse presidente?
Daria para explicar como o cumprimento da vontade dos eleitores poderia ser uma coisa ruim? Por que eleições limpas, nos Estados Unidos e outros países do mundo livre, são descritas hoje como uma “ameaça” à democracia?
Nada disso está sujeito a debate.
Trump, e quaisquer políticos de direita, sem exceção — atualmente, todos aqueles que não concordam com o pensamento proposto ou imposto pela esquerda — têm de ser chamados de “fascistas”, “nazistas” ou “neo” uma coisa ou outra.
Foi extinta do atual léxico democrático a la STF-AGU-PGR etc. a noção de direita política. Só existe a “extrema direita”. Trump é de extrema direita. Javier Milei é de extrema direita. Giorgia Meloni é de extrema direita. Viktor Orban é de extrema direita.
Em compensação, não existe, nem a pau, a extrema esquerda.
Nos casos de ditaduras absolutas que se descrevem como “socialistas” ou algo assim, o máximo que o pensamento único admite é “regimes autoritários”.
Todos os governos que têm como sua prioridade máxima o “enfrentamento da direita”, tipo o do Brasil de hoje, são chamado automaticamente de “democráticos”, a começar por eles mesmos.
É um ponto inegociável de sua doutrina avisar o tempo todo que o mundo está em perigo de morte porque a “extrema direita” neofascista ou neonazista pode ganhar eleições, como nos Estados Unidos.
Mas se a “extrema direita” ganhou e pode ganhar eleições livres — sem a “Suprema Corte” da Venezuela que, a horas tantas, anuncia: “Nós ganhamos” — qual poderia ser o problema para a democracia? Democracia não é isso mesmo?
Quem ganha as eleições, desde que as eleições sejam honestas, vai para o governo.
Quem perde vai para a oposição. Deveria ser assim, mas nada disso está valendo mais.
No regime Lula-STF-PGR-AGU-PT-Psol-PF-MP-etc. o sujeito precisa de uma certidão negativa de “fascismo” para ter direitos políticos.
Continue ao nosso lado. Veja mais notícias em: www.mspontocom.com.br
Instagram e X: @mspontocom