O BC (Banco Central) vai realizar uma bateria de seminários a partir deste mês de julho sobre o real digital.
O objetivo é entender o que a sociedade gostaria de ver na moeda digital para avançar no desenvolvimento do “govcoin”.
O real digital deve ser uma realidade em 2022 ou 2023.
O BC avalia a possibilidade de emitir uma moeda digital desde 2020 e, recentemente, publicou as diretrizes do que será o real digital.
A ideia é emitir uma moeda digital que seja equivalente ao real e possa ser usada no varejo, com ou sem acesso à internet.
A “govcoin” não se confunde com criptomoedas como o Bitcoin porque terá o lastro da autoridade monetária.
Será uma CBDC (Central Bank Digital Currency), algo que também vem sendo estudado em outros 55 países, segundo levantamento realizado pelo BIS (Banco de Compensações Internacionais) com 65 bancos centrais.
O real digital será emitido pelo BC, mas distribuído e custodiado pelo sistema financeiro.
A autoridade monetária preferiu manter a intermediação financeira porque avalia que os bancos conhecem o perfil dos clientes financeiros e podem contribuir com a segurança do real digital.
O BC espera, contudo, que a moeda digital reduza o uso do dinheiro em espécie e facilite o uso da moeda brasileira no exterior. Também espera-se o desenvolvimento de novos serviços financeiros. Entre eles:
- contratos inteligentes;
- dinheiro programável;
- meio de liquidação para a internet das coisas.
Essas diretrizes serão discutidas com a sociedade a partir de agora. O objetivo do BC é colher sugestões para aperfeiçoar o projeto da moeda digital.
Os seminários começam em 29 de julho e vão até novembro de 2021. Eis a programação:
- julho: Potenciais do Real em formato digital;
- agosto: Cidadania, Segurança de dados, sigilo e rastreabilidade;
- setembro: Operações offline;
- setembro: Smart contracts, IoT e dinheiro programável;
- outubro: Emissão & Movimentação;
- novembro: Integração internacional;
- novembro: Tecnologias para emissão e compatibilidade com arranjos existentes.
Por conta dessa bateria de seminários, a moeda digital é um projeto de longo prazo.
O BC espera que a nova moeda seja uma realidade no fim de 2022 ou em 2023. Dependerá da implementação do Open Banking, que atrasou pela 2ª vez o cronograma. Eis o calendário de trabalho do BC:
- seminários – de julho a novembro de 2021;
- análise das contribuições da sociedade;
- prova de conceito – pelo menos 6 meses;
- projeto piloto – no 2º semestre de 2022;
- lançamento – fim de 2022 ou início de 2023.
fonte: Poder 360