Políticos tentam anistia para Caixa 2 de investigados na Lava Jato

renanEm uma medida destinada a beneficiar investigados na Operação Lava Jato, parlamentares na Câmara tentaram nesta segunda-feira, 19, acelerar a discussão de uma proposta para anistiar caixa 2 em campanha.

De última hora, deputados incluíram na pauta e ensaiaram a discussão da matéria, mas por pressão dos insatisfeitos, a votação foi cancelada.

 O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), interinamente na Presidência da República, deu aval para a tramitação da proposta.

A manobra na Câmara teve também o aval do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que adiou sessão conjunta para acelerar a votação do tema.

A ideia era utilizar um texto que tramita desde 2007 na Câmara e trata de regras eleitorais para incluir uma emenda eximindo de pena os que praticarem a contabilidade paralela até a data da aprovação da nova lei.

Um dos principais defensores da criminalização do caixa 2, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) nega que a intenção seja a anistia. Ele defende que a proposta seja apreciada antes das eleições municipais, que acontecem em outubro, para evitar irregularidades no pleito.

Recuo

Após o requerimento de urgência entrar na pauta de votações, deputados contrários à medida protestaram. “Nós estamos aqui para permitir que o País ande, não estamos para avançar num poço de suspeitas”, disse Miro Teixeira (Rede-RJ).

A pressão surtiu efeito e o primeiro-secretário da Câmara, que comandava a sessão, retirou a proposta da pauta. “Eu não sou o autor desse projeto, retiro de ofício porque não há entendimento sobre o projeto”, disse.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) foi um dos que pressionaram para a retirada do projeto da pauta.

Segundo ele, deputados e senadores foram convocados ontem para uma sessão do Congresso na qual seria concluída a votação sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, não para uma discussão sobre anistia de caixa 2. “Não estamos aqui para livrar a cara de políticos e empresários que fazem maracutaia.”

fonte: (AE)

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