Em nova entrevista, dessa vez à Folha, Moro exibe a retórica de um provável candidato anti-Bolsonaro.
A estratégia do presidenciável não declarado está escancarada em três pontos da entrevista.
Num, Moro se apropria da agenda anticorrupção. Noutro, equipara o ex-chefe ao PT. Num terceiro ponto, esgrime um discurso moderado, distante da polarização.
Moro critica o petismo por não fazer uma autocrítica. Ele equipara a aversão do PT ao reconhecimento dos próprios erros ao negacionismo de Bolsonaro em relação ao coronavírus.
Autor da sentença que levou Lula a passar uma temporada na cadeia se credencia como beneficiário do antipetismo —uma força eleitoral que impulsionou a vitória de Bolsonaro em 2018.
Noutro trecho, Moro revela-se disposto a rubricar manifestos em defesa de valores democráticos supostamente ameaçados por Bolsonaro.
“Essa é uma questão em aberto. Minhas posições sempre foram muito favoráveis à democracia e ao Estado de Direito, e assim tenho me manifestado publicamente”., concluiu.
fonte: Josias de Souza, Folha