A decisão anunciada nesta quarta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país, a partir de agosto, acendeu um sinal de alerta no setor produtivo de Mato Grosso do Sul.
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, classificou a medida como “inaceitável” e defendeu o diálogo como único caminho para evitar prejuízos econômicos e manter a competitividade da indústria nacional.
“Temos defendido a competitividade da indústria brasileira. Sobretaxar neste momento é algo difícil, é inaceitável nesses padrões. Entendemos que o presidente americano vem utilizando dessa estratégia com diversos países e chegou a vez do mercado brasileiro”, declarou Longen. Para ele, uma retaliação tarifária por parte do Brasil não é o melhor caminho. “Não adianta de nada iniciarmos uma guerra tarifária. Precisamos propor, sentar à mesa e buscar uma solução democrática.”
Segundo dados do Observatório da Indústria da Fiems, os Estados Unidos foram o segundo principal destino das exportações sul-mato-grossenses no primeiro semestre de 2025, atrás apenas da China.
Produtos como carne bovina, ferro fundido e celulose, que representam mais de 80% das exportações de Mato Grosso do Sul para os EUA, estão entre os mais impactados.
No caso do ferro fundido, os Estados Unidos são o principal destino.
“Mato Grosso do Sul será afetado, claro. Temos aí cerca de 320 milhões de dólares já exportados neste ano. Esses três segmentos serão diretamente impactados pela tarifa”, alertou.
O presidente da Fiems revelou ainda ter conversado com o presidente CNI (da Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, para tratar do tema.
Ambos reconhecem a gravidade da situação, mas reforçam a necessidade de uma solução diplomática.
“Entendemos que a indústria nacional será afetada com essa sobretaxa, mas precisamos estimular o diálogo, que é a única forma de chegarmos a um consenso. Essa é uma questão que envolve os dois países e os dois precisam sentar à mesa para discutir os impactos dessa medida com seriedade. Mas defendemos que esse não seja um critério utilizado para interromper o crescimento da indústria em 2026”, finalizou
LINK COM SONORA DO PRESIDENTE DA FIEMS, SÉRGIO LONGEN: https://we.tl/t-TICM3IU1T8