Empresas brasileiras que instalam sedes nos Estados Unidos registram aumento expressivo na receptividade de clientes e parceiros.
Levantamento da Ecco Planet Consulting indica que a operação a partir do território americano pode ampliar em até 40% a prospecção internacional, sobretudo quando há adequação ao mercado local e uso de programas estaduais de incentivo.
“O mercado vê o endereço americano como sinal de preparo e confiabilidade. É preciso, porém, alinhar produto, estrutura e legislação local para transformar a presença física em vantagem competitiva”, afirma Alfredo Trindade, CEO da Ecco Planet, que há mais de 15 anos assessora internacionalizações a partir de Miami e Orlando.
O Brasil figura entre os principais emissores de investimento direto para os EUA, com presença crescente em polos de negócios e inovação.
Segundo dados da Tax Foundation e de órgãos estaduais, três destinos se destacam na escolha de empresas brasileiras:
- Flórida – imposto corporativo de 5,5% e programa Quick Response Training (QRT) para treinamento de mão de obra.
- Texas – ausência de imposto corporativo tradicional e Texas Enterprise Fund (TEF) com grants para grandes projetos.
- Califórnia – imposto corporativo de 8,84% e crédito fiscal negociado via Califórnia Competes Tax Credit (CCTC).
Custos de energia, salários médios e conformidade regulatória variam entre estados, segundo dados da Agência de Informação de Energia (EIA) e do Bureau of Labor Statistics (BLS).Para a Ecco Planet, empresas que estruturam a operação com base em estudo tributário, análise de incentivos e adequação ao consumidor local transformam o endereço americano em um ativo de reputação e aceleram negociações com distribuidores e investidores.
Além do valor simbólico, o endereço corporativo nos EUA facilita o acesso a linhas de crédito e a fundos de investimento internacionais, que costumam priorizar empresas já estabelecidas em mercados maduros.
De acordo com Alfredo Trindade, essa presença geográfica também agiliza negociações com redes de distribuição globais e parceiros estratégicos em outros continentes. “Mais do que apenas buscar o mercado consumidor americano, muitas empresas estão utilizando os EUA como ponto de partida para alcançar mercados na Europa, América Latina e Ásia”, afirma.
O impacto também se reflete na estrutura operacional das empresas.
Casos acompanhados pela Ecco Planet mostram que o processo de adaptação exigido pelo mercado norte-americano, que vai desde ajustes de produto e comunicação até cumprimento rigoroso de normas regulatórias, eleva o nível de profissionalização interna.
Segundo Trindade, essa mudança não apenas fortalece a operação nos EUA, mas também gera reflexos positivos na matriz brasileira, com processos mais eficientes e maior aderência a padrões internacionais de qualidade.
Confira abaixo um checklist de decisão idealizado por Alfredo Trindade:
- Simular carga tributária, custos de energia e salários por estado.
- Verificar elegibilidade a incentivos e prazos de execução.
- Definir licenças, payroll e sales tax antes da operação.
- Apresentar cases locais e certificações para validar credibilidade.