Os partidos de oposição à esquerda ao governo de Jair Bolsonaro estão vivendo um momento de separação dentro do Congresso Nacional.
De um lado, a chamada ala progressista, composta por PDT, PSB, Rede, PV; do outro, PT, Psol e PCdoB.
Esse racha está gerando desdobramentos que devem ser sentidos nas eleições municipais e já podem ser observados em algumas votações dentro da Câmara dos Deputados.
O que se percebe nas articulações, especialmente na Câmara, é que PT ao mesmo tempo em que diz tentar se reaproximar das legendas, trai compromissos anteriores feitos com esses partidos.
Na última semana, o PT tentou quebrar um acordo feito em 2019 com o PDT e tomar a liderança da minoria.
O partido de Ciro Gomes reagiu, e pediu pela interferência de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que cancelou a nomeação de José Guimarães (PT-CE) para o posto .
Apesar da resistência, congressistas do PDT assumem, nos bastidores, que devem perder essa liderança e ficar à frente do grupo da oposição, que, apesar do cargo de líder, não tem direito à indicações de secretários.
O PSB, Rede e PV também estão incomodados com a tentativa do PT de agir hegemonicamente na esquerda brasileira.
Isso gerou um movimento de formar um grupo autodenominado “frente progressista”. PT, PCdoB e Psol estão fora dessa articulação.
Eleições municipais
Com esse movimento, as eleições municipais terão ao menos duas frentes mais à esquerda nas principais cidades do país: a “frente progressista” e o PT. Isso tem incomodado parlamentares petistas. “Se acontecer, eles não vão conseguir eleger ninguém”, disse uma fonte do PT.
Já na capital paulista, a Rede Sustentabilidade está abrindo mão de filiar um nome forte, justamente por essa candidata insistir em formar chapa com o partido dos trabalhadores.
As conversas com Marta Suplicy já estavam avançadas quando a ex-senadora afirmou que gostaria de ser vice de Fernando Haddad (PT-SP); isso fez com que a Rede desistisse da filiação.
Congresso em Foco
foto: Blog do Paulinho