Busca por trabalho remoto cresce no Brasil e motiva mudanças no mercado

Em 2025, os brasileiros já registraram o segundo maior pico de buscas por “home office” desde o início da pandemia, segundo o Google Trends. Janeiro foi o mês com mais pesquisas sobre trabalho remoto no país desde março de 2020.

Já em um cenário global, estudo conduzido por economistas britânicos revela que trabalhadores no Reino Unido estariam dispostos a abrir mão de até 8,2% da renda para manter uma rotina híbrida.

Para Vitor Azambuja, especialista em educação e criação e um dos criadores do programa De Criança Para Criança, esses modelos devem ganhar cada vez mais espaço nas organizações, já que permitem ao profissional atuar em qualquer lugar do mundo.

O estudo pontua, ainda, que o home office oferece benefícios não monetários, como flexibilidade no trabalho e redução de gastos com alimentação e transporte.

“Esse formato, assim como o híbrido, é uma tendência porque responde a uma demanda de crescente flexibilidade, qualidade de vida e autonomia. As pessoas querem trabalhar com propósito, mas sem abrir mão do tempo com a família ou da liberdade geográfica, por exemplo. E as empresas que entenderem isso vão atrair os melhores talentos”, comenta Vitor.

Um exemplo de como essa realidade tem ganhado corpo está no próprio programa De Criança Para Criança, que conecta animadores e estudantes de animação ao universo da educação.

A startup criou a metodologia Criando Juntos, na qual histórias narradas por crianças nas escolas viram desenhos animados.

Para dar conta da demanda, estimada em mil animações ao longo de 2025, a empresa estruturou uma plataforma de colaboração remota.

“Criamos uma plataforma e temos oportunidade de colaboração tanto para estudantes quanto para animadores profissionais. Para isso, quem trabalha com recorte de imagens, edição de áudio ou animação 2D encontra tarefas específicas na plataforma. O trabalho é feito de forma autônoma, com remuneração por pix a cada job concluído”, comenta, ressaltando que, para se candidatar, o interessado deve se inscrever na plataforma studiodcpc.com.

Foco e organização

O publicitário Marcelo Macedo, 38 anos, é um dos colaboradores da iniciativa.

Ele conta que o trabalho remoto foi uma transição natural.

“Desde antes da pandemia, já sentia que a maioria das coisas que eu fazia poderia ser resolvida online”, afirma. Hoje, ele transforma desenhos infantis em animações. “Mesmo sendo divertido, é também um desafio me conectar com o lúdico para colocar na cena o que estava apenas na cabeça de uma criança”, explica.

Segundo Marcelo, atuar remotamente permite uma rotina mais alinhada ao seu ritmo.

“Sempre gostei de trabalhar no silêncio da madrugada. Meu rendimento é bem melhor do que de tarde, com o sol lá fora me chamando para a rua”, exemplifica. Além disso, ele destaca as vantagens práticas e financeiras. “Você não perde tempo de locomoção e pode usá-lo para pegar outros jobs, se organizar, estudar. Daí as oportunidades surgem.”

Sobre Vitor Azambuja

Especialista em educação e criação, formado em publicidade, CEO e um dos criadores do programa De Criança Para Criança, sócio e diretor criativo da empresa.

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