Quem nunca sofreu ao se preocupar com algo que ainda nem aconteceu?
No ambiente de trabalho, isso pode se manifestar de diferentes formas:
A reunião que muda de horário de última hora, a meta que parece impossível ou até mesmo um conflito com colegas de equipe.
A ansiedade diante do imprevisível é mais comum do que se imagina.
Só no Brasil, quase 20 milhões de pessoas convivem com registros de depressão e transtornos de ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em 2024, por exemplo, foram quase meio milhão de afastamentos do trabalho, segundo Ministério da Previdência Social.
O maior número em pelo menos dez anos.
Para o cérebro, situações inesperadas são interpretadas como uma ameaça real,
acionando automaticamente mecanismos de luta, fuga ou paralisia.
Essa reação explica porque ambientes previsíveis nos parecem mais confortáveis.
Mas, como lembra a especialista em Neurociência, Comportamento e Desempenho, Vivian Ritter, a vida e também o trabalho, são, por natureza, imprevisíveis.
“Entender como o cérebro funciona e aprender estratégias que nos ajudem a lidar com a imprevisibilidade, em vez de lutar contra ela, é fundamental. Afinal, não controlamos os fatos externos, mas podemos controlar como reagimos a eles”, explica a especialista, que é autora do livro “Assuma o (des)controle da sua vida: a arte de viver bem o que não se domina”.
Tentar controlar o incontrolável gera enorme desgaste.
Segundo Vivian, insistir nesse comportamento leva ao aumento da liberação de hormônios como cortisol e adrenalina, que podem prejudicar diretamente a saúde mental e, como consequência, impactar o desempenho profissional.
“Compreender que as emoções estão no centro da nossa reatividade corporal deveria nos motivar a desenvolver inteligência emocional. Só assim conseguimos gerenciar melhor situações que fogem do esperado”, reforça.
Ela destaca que um dos caminhos é desenvolver a chamada agilidade emocional – a
capacidade de encurtar o tempo que levamos para sair de uma emoção negativa e
alcançar um estado emocional mais positivo.
“Todos conhecemos pessoas que ficam meses remoendo um problema que não conseguiram elaborar bem. Isso prejudica as relações e a qualidade de vida. Já quem entende que não precisa controlar tudo é mais flexível, e essa flexibilidade gera leveza tanto para a vida quanto para o trabalho”,complementa Vivian.
Para a especialista, a neurociência mostra que o primeiro passo é reconhecer que o
cérebro reage automaticamente ao inesperado, mas que é possível treinar novas
respostas.
Ao aceitar que não é necessário controlar tudo, evitamos gastar energia em batalhas que não valem a pena e conseguimos direcionar foco para aquilo que está sob nossa responsabilidade.
Para mais informações, acesse o site https://www.vivianritter.com.br/