Gosto por holofotes e controladora. Essas são algumas informações que constam no livro Janja. A militante que se tornou primeira-dama, de Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo.
A obra vai ser lançada na quinta-feira 11, mas foi obtida com antecedência pelo jornal Folha de S.Paulo.
Gosto por holofotes
A obra fala em atritos da primeira-dama com o PT por conta de sua exposição — e diz que em dezembro de 2020 Janja “começou a dar sinais de que não iria seguir aquele roteiro de discrição por muito tempo”.
Naquele mês, Janja acompanhou Lula em viagem a Cuba, onde ele participaria das gravações de um documentário — o Brasil vivia a segunda onda da pandemia. “A divulgação da viagem era tudo o que o PT não queria”, diz o livro. “Janja, no entanto, publicou cinco posts.”
Em outra passagem, o livro diz que “Janja não gostou” de não ter aparecido em registros do encontro de Lula com o presidente da França, Emmanuel Macron, no fim de 2021, “por decisão da assessoria do petista”. A responsável pela assessoria chegou a ser demitida.
A participação ativa da primeira-dama na campanha causou estranhamento entre lideranças do partido, “ciosas do controle do entorno de Lula”.
O livro narra uma visita de Lula a uma feira de agricultura familiar em Natal. Nela, o petista foi “agarrado por vários militantes”, o que fez com que Janja se irritasse e pedisse que a visita fosse interrompida, “deixando correligionários contrariados”. “A partir do incidente, o acesso a Lula tornou-se mais controlado”, observa o livro.
Interferência no governo
Em outro capítulo, o livro conta que Janja discordou do ministro da Defesa, José Múcio, e foi contra a possibilidade de o Exército atuar via Garantia da Lei e da Ordem na contenção dos atos do 8 de janeiro, em Brasília.
Janja estava ao lado de Lula, quando o petista falou ao telefone e ouviu do ministro a sugestão. A primeira-dama reagiu: “GLO não, GLO é golpe, é golpe”. Lula decidiu decretar intervenção na segurança do Distrito Federal.
fonte Revista Oeste
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