“O STF não pode ser instrumento de partidos de oposição”, afirma Marco Aurélio

Aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF)  Marco Aurélio Mello segue atento ao que acontece na Corte que frequentou como ministro por 31 anos.

À distância, mostra-se crítico ao espírito de confronto do Judiciário em relação aos demais Poderes, numa animosidade acentuada recentemente pelo episódio do deputado Daniel Silveira.

 O ex-ministro disse olhar com particular  preocupação o atual momento de Alexandre de Moraes, a quem um dia se referiu em plenário como ‘xerife’.

Perguntado se as decisões do STF a favor dos partidos de oposição fere a constituição, Marco Aurélio respondeu:

Sem dúvida alguma. O que ocorre? Certos partidos não figuram no Parlamento, aí buscam o Supremo. Lembro de um diálogo entre o deputado federal Jamil Haddad (PSB), já falecido, e o ministro Sepúlveda Pertence. Pertence disse: ‘O senhor está aqui todo dia’. E Haddad respondeu: ‘Olha, eu presto contas aos meus eleitores’.

O Supremo não pode se prestar a ser instrumento de partidos de oposição ao atual governo. Isso não constrói.

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