Deputados e senadores articulam no Congresso a volta do financiamento empresarial de campanha.
A estratégia é aproveitar a dificuldade de arrecadação na eleição deste ano, quando empresas estão oficialmente proibidas de doar a candidatos pela primeira vez desde 1994.
Na Câmara, a articulação para debater o financiamento de campanha tem sido feita principalmente por parlamentares do Centrão – grupo de 13 partidos liderados por PP, PSD, PTB e SD.
No Senado, a costura conta com apoio do PP, grande parte do PSDB e do PMDB e até de alguns senadores do PT.
Estratégia
Como o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da doação de empresas a partidos e candidatos, a estratégia do grupo é aprovar a volta do financiamento de empresas por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Uma PEC que trata do tema já foi aprovada pela Câmara em setembro do ano passado, e desde então está parada no Senado.
O texto da proposta prevê que o sistema seria misto, com dinheiro público do fundo partidário e horário eleitoral gratuito, mas também doações privadas, de pessoas físicas e empresas.
Articulação
Um dos articuladores do movimento, o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), afirma que a reclamação sobre o fim das doações empresariais é “generalizada”. “Quem disser que é contra está mentindo. Não tem como fazer política assim”, diz.
Outro articulador, o deputado Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade, foi escalado pelo grupo na Câmara para procurar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar da PEC.
“O Renan considerou a situação gravíssima. Disse até que estava fugindo de Alagoas, porque não aguentava mais a pressão dos candidatos pedindo dinheiro.”
fonte: (AE)