No coração da Rota Bioceânica, Campo Grande se projeta como hub de negócios, tornando-se ponto de encontro entre empresários e autoridades dos países envolvidos.
Nesta quarta-feira (3), teve início a Roda de Negócios Brasil-Chile, na sede da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), com foco na cooperação bilateral, ampliar parcerias empresariais e gerar desenvolvimento econômico na Capital e no Estado.
O painel destacou estratégias para ampliar a competitividade dos negócios locais, fortalecer cadeias produtivas e adotar soluções sustentáveis.
Além disso, projetos estratégicos para a Rota Bioceânica.
Durante a abertura, a prefeita Adriane Lopes reforçou que a construção conjunta com o Chile tem sido muito positiva para o desenvolvimento econômico de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul. Ela lembrou que a parceria entre os governos federal, estadual e municipal é fundamental para concretizar o sonho da Rota e ressaltou o papel central da municipalidade.
“A Rota Bioceânica é um desafio gigantesco. Se nós não trabalharmos juntos — governo federal, estadual e municipal — ela não acontece. Isso fará toda a diferença na região central do Brasil, porque acredito muito no nosso Estado e ainda mais na nossa Capital, que se tornará um hub logístico, levando avanços e integração para nossas cidades. Não seremos um obstáculo ao crescimento, mas sim uma ponte para o futuro.”
Na sequência, Adriane destacou o compromisso da Prefeitura em continuar desenvolvendo ações para dar efetividade ao processo, com foco em capacitação gratuita da mão de obra e na desburocratização para destravar processos e incentivar empresas.
“Na municipalidade, vamos desenvolver ações concretas para tornar essa rota uma realidade para nossas cidades, para nosso Estado e para os países envolvidos. Temos convicção de que este grande projeto terá impacto direto no crescimento de Campo Grande e de toda a região.”
Entre as ações já em andamento, destacam-se a inserção da Capital na Rota Bioceânica, medidas de desburocratização para abertura de novas empresas, rapidez na emissão de licenças ambientais e habite-se, além de programas de qualificação gratuita que já certificaram mais de 10 mil pessoas.
Campo Grande também preside o Comitê Gestor de Municípios da Rota Bioceânica, fortalecendo relações técnicas, econômicas, culturais, turísticas e acadêmicas no âmbito da governança.
Cooperação e integração regional
Os representantes chilenos reforçaram a importância da cooperação bilateral e do papel estratégico das pequenas empresas para economias mais sustentáveis.
O governador de Tarapacá, José Miguel Carvajal, citou a oportunidade de estreitar laços com o comércio internacional.
“Encontramos um aliado estratégico para a Rota que liga ao Chile aqui em Campo Grande e Mato Grosso do Sul. Nosso escritório tem 2 anos e seguimos avançando em nossas parcerias comerciais. A delegação do Corredor Bioceânico assumiu esse compromisso de aumentar a competitividade entre os países.”
Segundo ele, a rodada de negócios fortalece o trânsito comercial e integra também culturas, respeito e cordialidade.
Comércio e turismo entre Brasil e Chile
A embaixadora e diretora do Departamento de Integração Regional do Itamaraty, Daniela Benjamin, apresentou dados sobre a relação bilateral.
Segundo ela, em 2024 mais de 20% da pauta comercial foi composta por produtos do agronegócio, como carnes, pescado e vinhos.
O Brasil aparece entre os principais importadores de vinhos chilenos no mundo, movimentando mais de US$ 200 milhões no ano passado, número em forte expansão.
No setor do turismo, em 2024 mais de 780 mil brasileiros visitaram o Chile e mais de 650 mil chilenos estiveram no Brasil, tornando o Chile o maior emissor de turistas ao país, superando os Estados Unidos.
Esse avanço está ligado à melhoria da conectividade aérea, com novos voos entre Santiago e capitais brasileiras, além de iniciativas como o uso do PIX por turistas brasileiros no Chile, o que tem facilitado a vida de viajantes.
“Estamos confiantes de que a concretização da Rota Bioceânica contribuirá para ampliar ainda mais não apenas a interação, mas também a confiança mútua no comércio dos nossos produtos”, finalizou Daniela.
foto: Roberto Ajala