Senadores criticaram a decisão do presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), de mandar prender o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, sob a acusação de mentir à comissão.
Para os parlamentares, houve abuso de autoridade por parte de Aziz, que agiu como um “inquisidor geral”.
“Não existe fato concreto para deter o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias. O presidente da CPI agiu como um ‘inquisidor geral’, mandando o réu para a fogueira. Não se pode prejulgar ninguém.
Esta é a Casa dos opostos. Temos que ouvir a todos com respeito”, escreveu o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) em uma rede social.
Já Marcos Rogério (DEM-RO), alinhado ao governo de Jair Bolsonaro, questionou as justificativas para a prisão de Roberto Dias.
Durante a sessão , ele já havia perguntado a Aziz sobre os fundamentos que embasaram a decisão, e o presidente da CPI respondeu: “Perjúrio, desde o início”. “Qual o ato de perjúrio [falso testemunho] que justificou a prisão de Roberto Dias? A CPI decretou a sua prisão em cima do ‘está mentindo demais’, sem dizer qual foi o fato, sem justificativas concretas. Claro abuso de autoridade!”, afirmou.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que se diz “independente” — nem governista, nem de oposição —, definiu a decisão de mandar prender Dias como “açodada” (apressada) e “arbitrária”.
Ele também defendeu a realização de uma acareação para confrontar as versões apresentadas pelo ex-diretor do Ministério da Saúde e outros depoentes.