O procurador-geral da República Rodrigo Janot avalia que sem a delação do empresário Joesley Batista, da JBS, não seria possível identificar ‘o complexo esquema de pagamento de propina’ envolvendo o presidente Michel Temer, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e o senador Aécio Neves (PSDB/MG) .
“Fico consternado em ver que, após 3 anos e meio de investigações que já culminaram em mais de 157 condenações, ainda tenhamos que deparar com crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em curso, praticados pelos mais altos dignatários da República, enquanto o Brasil passa por uma grave crise econômica, com índice recorde de desemprego e inadimplência”, declarou.
O procurador pondera que, apesar do amplo conhecimento do Ministério Público em grandes investigações, há muita dificuldade em desmontar organizações criminosas, ‘já que a regra, nesses casos, costuma ser a Omertà, ou seja, o silêncio como garantia de vida’.
Janot deixa o comando do Ministério Público com um sentimento, segundo suas próprias palavras. “Tenho a convicção de que não me omiti.”