Áudios de Cid fragilizam provas contra Bolsonaro, dizem criminalistas

Os áudios em que o tenente-coronel Mauro Cid apontou um possível induzimento de sua colaboração para as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro poderão ser usados pela defesa dos investigados.

Poderão  anular provas e mereceriam uma apuração mais aprofundada, por parte do Ministério Público Federal, sobre a conduta da Polícia Federal no caso.

Essa é a visão de criminalistas consultados pelo jornal Correio do Povo.

Referindo-se a delegados da PF que tomaram seus depoimentos, Mauro Cid disse, nos áudios, que “eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu” e que “já estão com a narrativa pronta”. “Eles não queriam que eu dissesse a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles”, afirmou o tenente-coronel na conversa com um interlocutor.

Especialistas dizem que conduta da PF deveria ser averiguada

Para alguns membros do MPF consultados pela reportagem, a suspeita de que houve coação e induzimento deveria, no mínimo, levar a Procuradoria-Geral da República (PGR), no caso de Cid, a apurar como a PF tem conduzido os interrogatórios.

O ideal seria verificar vídeos dos interrogatórios, para observar a postura dos policiais – nas delações conduzidas pelo MPF, as gravações dos depoimentos são mantidas e eventualmente divulgadas, mas não se sabe se isso está sendo feito pela PF.

Para o criminalista Yuri Sahione, sócio do escritório Sahione Pugliesr, uma apuração aprofundada levaria a dois cenários.

Se ficasse constatado que houve coação, as provas colhidas a partir da delação seriam inválidas, e a PF teria de coletar outras evidências de forma independente, mas Cid manteria os benefícios do acordo, como a pena máxima de 2 anos de prisão, por exemplo. Mas se ele estivesse mentindo, a PF aproveitaria as provas baseadas na colaboração e Cid perderia os benefícios.

fonte: Gazeta do Povo

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