Críticas a decisões do Judiciário dominam evento sobre liberdade

Na I Conferência Internacional da Liberdade, que ocorreu nesta sexta-feira (3), em São Paulo, as decisões do Judiciário que têm interferido na liberdade de expressão dos cidadãos foram o principal alvo de críticas dos participantes.

A conferência contou com a participação dos ex-presidentes Michel Temer, do Brasil, e Mauricio Macri, da Argentina, além de figuras célebres da área jurídica como o jurista Modesto Carvalhosa e a juíza Ludmila Lins Grilo.

“Aqui no Brasil, muitas vezes, o Judiciário tende a acompanhar o que a opinião pública estabelece. Isso gera instabilidade”, disse Temer.

Atos recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), como a instauração do inquérito das fake news – chamado pelo apelido de “inquérito do fim do mundo” pela maioria dos participantes –, foram reiteradamente criticados.

Carvalhosa destacou que “a Justiça deve servir à liberdade”, e que “o Poder Judiciário não pode solapar o direito de crítica”.

Para a procuradora regional da República Thaméa Danelon, algumas decisões recentes do STF ferem a base do Estado de Direito.

No mesmo painel, a juíza Ludmila Lins Grilo lembrou que, por não ser eleito, o Judiciário deve se ater a “garantir a aplicação das normas que estão positivadas na Constituição Federal e nas leis”.

Palestrantes também criticaram a cultura do cancelamento, que acaba formando o caldo cultural para certos atos do Judiciário.

“A esquerda identitária hoje constrói tijolo por tijolo uma justificativa contra a liberdade de expressão, mas é ela que deveria ser a mais interessada nesse assunto da liberdade”, disse o escritor e jornalista Leandro Narloch num dos painéis.

fonte: Gazeta do Povo

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