O presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia ameaçou recorrer ao STF se o ministro da Justiça, Flávio Dino, não entregar as imagens das câmeras de segurança de seu ministério.
A julgar pelo nível de parceria entre a Corte e Dino nos últimos meses, uma decisão do STF que contrarie o chefe da pasta da Justiça é improvável.
Dino tem sido o principal elo entre o Executivo e o Supremo nas iniciativas contrárias à liberdade de expressão da direita no Brasil.
Desde que entrou no poder, demonstra alinhamento com a Corte no discurso e nas ações, e faz com frequência gestos de solidariedade aos ministros.
No último domingo (30), Dino recorreu ao Twitter para chamar atenção para uma estatística publicada pelo site Poder360, segundo a qual ministros do STF teriam sido “hostilizados” 74 vezes nos últimos 6 anos.
O jurista Fabricio Rebelo, coordenador do Centro de Pesquisa em Direito e Segurança (Cepedes), criticou o tuíte em uma resposta ao ministro:
“Nos regimes autoritários, uma das estratégias mais comuns é transformar manifestações contra indivíduos investidos em algum poder em ‘ataques institucionais’, para que se possa perseguir e punir severamente todas as vozes divergentes”.
É da pasta de Dino, além disso, o Programa de Ação na Segurança (PAS), que prevê punir com mais severidade quem organizar “movimentos antidemocráticos” ou atacar autoridades do Estado.
O alinhamento com os ministros atuais pode ajudar Dino a cavar uma vaga no Supremo.
Ele é um dos cotados para assumir a cadeira da ministra Rosa Weber, que se aposenta neste ano.
Reportagem da Gazeta do Povo mostrou que Dino tem ganhado simpatia dentro do STF por apoiar a regulamentação das redes sociais.
Também conta pontos a favor dele a crescente colaboração da Polícia Federal com Alexandre de Moraes nos inquéritos dos atos antidemocráticos e das milícias digitais, especialmente após o 8 de janeiro.
fonte: Gazeta do Povo
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