O presidente Jair Bolsonaro vem sendo criticado pelo consórcio de imprensa por não ter se posicionado claramente a favor da Ucrânia adotando uma posição de neutralidade diante do conflito com a Rússia.
Mas em março de 2014 a posição da chancelaria brasileira no governo petista de Dilma Roussef foi idêntica.
A posição do governo brasileiro em 2014 na crise entre a Rússia e a Ucrânia, que culminou na anexação da Crimeia por Moscou, foi considerada passiva, afirmou Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, defendeu uma solução “negociada” pelos ucranianos: as partes envolvidas devem agir com moderação. Ele não criticou diretamente a Rússia por enviar tropas para a Crimeia.
“O Brasil não se posicionou de maneira clara, como os Estados Unidos ou a União Europeia”, avalia o professor.
Para o professor, o entendimento entre as autoridades brasileiras é o de que uma posição mais crítica poderia pôr em risco a presença do presidente russo, Vladimir Putin, no encontro do Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], que se realizaria em julho daquele ano, no Brasil.