Ignorados pela CPI, 9 governadores são investigados por fraudes na Saúde

Apesar da CPI da Covid ignorar solenemente seu dever de apuração, o país assiste a escalada de operações contra a corrupção envolvendo dinheiro público para a resposta à doença.

Desde o dia 23 de abril, foram pelo menos 42 operações — uma a cada 2,8 dias, em média. Em agosto, foram deflagradas quatro operações deste tipo no país, até agora.

As ações já atingem governos de nove unidades da federação: Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.

No Distrito Federal, o secretário de Saúde Francisco Araújo Filho foi preso e apontado como líder da organização criminosa.

 “O secretário é do é do grupo do senador Renan Calheiros. É esquema do MDB de Alagoas”, acusou o deputado distrital Chico Vigilante.

Nos casos do Rio e do Pará, as apurações atingem os governadores locais — que negam irregularidades —, e foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No Amazonas, a PF chegou a pedir a prisão do governador, Wilson Lima (PSC), mas o pedido foi negado pelo ministro do STJ Francisco Falcão.

Policiais também foram às ruas para apurar irregularidades em 19 prefeituras, incluindo seis capitais de Estados: Aracaju (SE), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Recife (PE), Rio Branco (AC) e São Luiz (MA).

Os contratos e compras investigadas somam cerca de R$ 1,32 bilhão — o montante que foi efetivamente desviado ou superfaturado, no entanto, ainda está sendo investigado pelas autoridades.

Os dados foram levantados pela reportagem da BBC News Brasil com base em informações da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF).

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