MS inaugura Biofábrica e lança “exército” de Wolbachia para combater Dengue

Com capacidade de produção semanal de um milhão e meio de mosquitos com bactéria Wolbachia, o Governo do Estado inaugura nesta quinta-feira (10), a Biofábrica instalada na sede do Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS), que terá como missão a redução de casos de Dengue, Zika e Chikungunya no Estado.

Esta ação reforça as iniciativas da SES no combate à Dengue, Zika e Chikungunya e integra o calendário da Campanha “Aproveite a Quarentena e Limpe o seu Quintal”.

Criada pelo World Mosquito Program (WMP), o método é financiado pelo Ministério da Saúde e conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Líder do Método Wolbachia no Brasil e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira explica que o projeto é resultado da descoberta do WMP de que o mosquito Aedes aegypti, quando contém a bactéria Wolbachia, tem sua capacidade reduzida de transmitir as três doenças citadas.

O pesquisador ainda explica como o Método vai funcionar. “A iniciativa trabalha da seguinte maneira: é feito um trabalho de engajamento para explicar sobre o projeto e tirar todas as dúvidas, e assim ter o apoio da população. Depois entra a fase de liberação dos mosquitos por determinado período, cerca de 16 semanas. Esses mosquitos vão se cruzando na natureza e, com o passar do tempo, haverá uma grande porcentagem do mosquito naquela localidade com a Wolbachia, com isso esperamos ter uma redução das doenças e podemos proteger a população”.

Além do Aero Rancho, as liberações serão realizadas nos bairros: Guanandi, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.

As liberações ocorrerão no período da manhã e serão feitas por meio de veículos cedidos pela SES.

No próximo semestre, os próximos bairros a receberem os mosquitos serão: Alves Pereira, Centro Oeste, Jacy, Jockey Club, Los Angeles, Parati, Pioneiros, Piratininga, Taquarussu, Moreninha e América.

Método Wolbachia

A Wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti.

Quando presente neste mosquito, ela impede que os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria.

Desenvolvido na Austrália pelo World Mosquito Program, o Método Wolbachia é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha no combate às doenças transmitidas por mosquitos.

Fotos: Edemir Rodrigues

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