A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o “arcabouço probatório” reunido em uma investigação decorrente da Operação Postalis indica que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) “recebeu vantagem indevida” para beneficiar empresários na tramitação da Medida Provisória (MP) dos Portos.
Segundo ela, o responsável pelo “esquema criminoso” foi o contador Milton Lyra, apontado como operador do MDB.
A avaliação sobre os indícios contra Renan – que atualmente é o relator da CPI da Covid – faz parte de um pedido enviado à Corte para que a investigação seja prorrogada por mais dois meses.
Lindôra pretende colher os depoimentos do senador, de Lyra e de outros empresários e operadores investigados.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também deve fazer uma devassa nas contas das empresas usadas pelo contador para suposta lavagem de dinheiro de propinas.
De acordo com a Procuradoria, há indícios de que Renan teria atuado para beneficiar o empresário Richard Klien, então CEO da Multiterminais, em 2014, durante a tramitação da MP dos Portos.
Em julho, a Polícia Federal concluiu uma outra investigação que também apura a atuação de Renan no setor portuário.
Ao Supremo, a PF afirmou que o emedebista recebeu R$ 1 milhão em propinas da Odebrecht como uma “contrapartida” pelo apoio político à aprovação de uma resolução do Senado.